Como os exercícios físicos impactam em nossa saúde mental
Não há hoje, um profissional da saúde que não recomende a prática de exercícios físicos para quem não tem nenhuma limitação física.
Mas quais seriam os benefícios dos exercícios para a nossa saúde mental?
Estudos revelam que a atividade física regular diminui os riscos de depressão, ajudando inclusive pacientes com mal de Alzheimer a reduzir a perda cognitiva.
Práticas como caminhar, pedalar ou correr são fundamentais para manter uma capacidade neurológica saudável, mesmo em pessoas que já estejam com a idade avançada.
Riscos de uma vida sedentária

A falta de exercícios já deixou de ser uma preocupação estética para se transformar em um problema de saúde pública, inclusive a Organização Mundial da Saúde (OMS) já considera que estamos vivendo uma epidemia de sedentarismo.
Os riscos do sedentarismo para a saúde são: hipertensão, obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. Isso sem falar no impacto na saúde mental.
Pessoas moderadamente ativas têm menos risco de sofrerem de desordens mentais do que as sedentárias.
Uma pessoa que não pratica nenhuma atividade física costuma apresentar problemas de autoestima, depressão, muita ansiedade, estresse e corre alto risco de desenvolver os males de Parkinson e Alzheimer.
Por isso, a participação em programas de exercícios físicos pode trazer benefícios, além do nosso físico, para o nosso psicológico também.
O exercício físico e a função cognitiva

Em um estudo realizado, 23 mulheres saudáveis, com idades entre 60 e 70 anos, fizeram uma hora de caminhada três vezes por semana, juntamente com exercícios de alongamento e de flexibilidade.
Após alguns meses, foi constatado melhoras nos níveis de atenção, memória, agilidade e no padrão de humor em comparação a um grupo que também estava sendo monitorado, com 17 mulheres sedentárias.
O estudo concluiu que isso sugere que a participação em um programa de atividade física é uma alternativa importante para a melhora cognitiva em idosos.
Ficou comprovado que o exercício físico interfere no desempenho cognitivo e ainda se comprovou três aspectos:
· Melhora cognitiva, observada em pessoas com prejuízo mental em comparação a pessoas saudáveis
· Melhora limitada obtida por idosos, em função de uma menor flexibilidade mental/atencional quando comparados com um grupo mais jovem
· Aumento nos níveis de neurotransmissores e por mudanças nas estruturas cerebrais, comparando pessoas fisicamente ativas e pessoas sedentárias.
Além de melhorar a circulação sanguínea cerebral, a prática de exercícios pode alterar a síntese e a degradação de neurotransmissores.
É considerada a ação direta da atividade, o aumento da velocidade de processamento cognitivo.
Além disso, também se constata a redução dos níveis de triglicérides no sangue e a inibição da agregação plaquetária.
O exercício físico aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro, e consequentemente o oxigênio e outros substratos energéticos, o que proporciona uma melhora da função cognitiva.
Portanto, esse seria um tratamento barato e acessível, fazendo com que as pessoas, independente da idade, possam se exercitar e ao mesmo tempo já tratar da saúde mental.
A redução do estresse devido a atividade física

Já vimos que a atividade física regular é uma das melhores ferramentas para prevenção de diversas doenças e no caso do combate ao estresse não é diferente.
Há uma relação direta entre o relaxamento e a atividade física.
Algumas pessoas se sentem mais relaxadas fazendo esportes, praticando corridas ou exercícios físicos diversos, enquanto outras preferem atividades com exercícios respiratórios e relaxamento progressivo, como a yoga, para aliviar o estresse.
Seja de alto impacto ou não, a atividade física ajuda a relaxar os músculos e aliviar a tensão, pois com o corpo menos tenso, a mente passa a se sentir melhor.
Inclusive, há algumas formas de relaxamento que podem ser aplicadas no dia a dia, em casa ou até no trabalho, a fim de reduzir as tensões e o estresse, como um exercício de respiração profunda.
Depressão e a atividade física

Mesmo que seja leve, a depressão é um mal que está presente entre os brasileiros.
O exercício físico é um importante aliado no combate a essa doença, pois ele proporciona a distração dos estímulos estressores, além de dar a pessoa um maior controle sobre sua vida e seu corpo. Sem contar a oportunidade de interação social com o convívio com outras pessoas.
A endorfina, que é uma substância gerada pelo exercício, também pode reduzir aquela sensação de dor que a pessoa depressiva sente, e produzir um estado de bem-estar.
Porém, geralmente pessoas que sofrem de depressão não conseguem ter engajamento para a prática de atividade física, e por isso o profissional de educação física deve agir em conjunto com o médico e adequar o treinamento ao plano terapêutico ou psiquiátrico.
É fundamental que haja esse suporte, para que a pessoa não realize atividades mais do que pode, sendo que o objetivo não é gerar frustrações, e sim estabelecer metas que sejam possíveis de serem alcançadas.
A caminhada e a corrida são os exercícios mais indicados para prevenir a depressão, e por serem exercícios aeróbicos, facilitam a produção de monoaminas cerebrais, que promovem efeitos psicossociais que reduzem os sintomas de depressão.
Estudos também mostram que exercícios anaeróbios podem ser mais aceitos por pessoas que sofrem de depressão, pois as atividades aeróbias podem ser muito vigorosas para essas pessoas.
Conclusão
Como você pode perceber, ficou claro que a prática de exercícios tem possibilidades reais de otimizar o bem-estar e a manutenção da saúde mental das pessoas.
Portanto, podemos dizer que os principais benefícios da atividade física para a saúde mental são:
· Redução do estresse, ansiedade e abuso de remédios
· Aumento do bem-estar físico, psíquico e emocional
· Redução de comportamentos neuróticos
· Redução de depressão e ansiedade
· Aumento da capacidade cognitiva, que beneficia a criatividade, concentração e memória.
A serotonina, que é o neurotransmissor responsável pelo bom humor e regulação do sono, também é liberada com a prática de exercícios físicos.
Ainda, se você não gosta de praticar esportes ou ir até uma academia, há dezenas de outros exercícios que você pode fazer como hidroginástica, pilates e yoga.
Se nem isso lhe agradar, você pode simplesmente vestir um tênis e caminhar por 30 minutos todos os dias, na rua mesmo.
Não há desculpas para não ser mais saudável, e ter controle da saúde mental, então movimente-se já e viva melhor e mais feliz!